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Fenômenos nas eleições municipal família de ex-prefeito executado é eleita filha esposa e tio

Morte do pai que foi assassinado nas vésperas de convenção a jovem Pamela de 19 anos se candidata a vereadora e ganha, juntamente com ela o tio candidato a prefeito também ganhou nas e eleições e a viúva candidata a vice.  Esse fenômeno aconteceu na Bahia
A série de reportagens apresentando fenômenos eleitorais nas eleições municipais deste ano na região Nordeste realizada pelo blog do Magno Martins, de Pernambuco, em parceria com o Portal MaisPB, mostra, nesta sexta-feira (25), Pamela Gomes, 19 anos, eleita pelo PR do município de Pedro Alexandre, no sertão baiano, a vereadora mais jovem do País.
O detalhe é que Pamela perdeu o pai, ex-prefeito do município, morto no centro da cidade em circunstâncias não elucidadas ainda pela polícia baiana. O brutal crime comoveu a cidade, que nas urnas, elegeu não apenas Pamela, mas seu tio prefeito e sua mãe vice-prefeita.
PEDRO ALEXANDRE (BA) – O sangue que jorrou nas ruas de Pedro Alexandre, no Nordeste baiano, a 355 km de Salvador, com o assassinato do ex-prefeito Petrônio Gomes (PL), a dois dias da convenção, devolveu o poder à família da vítima, que governou o município por dois mandatos. Enfrentando dois adversários poderosos, o irmão Pedro Gomes (SD) ganhou a eleição. A viúva Cica Gomes (PR), que iria ser a candidata, traumatizada com a morte do marido, entrou na chapa como vice e ainda elegeu a filha Pâmela Gomes (PR), de apenas 19 anos, vereadora.
Embora atuando politicamente na Bahia, a família Gomes tem raízes em Serra Talhada, a 400 km do Recife. O ex-prefeito tombou morto às 6h40m no sábado 30 de julho, quando fazia contatos com eleitores no mercado da cidade. Alvejado por dois tiros disparados por dois homens que desceram numa moto, Petrônio era irmão do vereador Pessival Gomes, ligado ao grupo político do prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT). Passado quatro meses, o crime continua um mistério, mas a família não tem dúvidas de que foi político.
Petrônio vinha de um longo desentendimento com o prefeito Salorilton de Oliveira (PP), mais conhecido por Salon, de quem já foi aliado político quando governou o município. Em 2014, chegou a ser preso em cumprimento a um mandado de prisão expedido pelo juiz Antônio Henrique da Silva, da Vara Crime de Jeremoabo, na Bahia, e condenado a cinco anos e seis meses de prisão pelo crime de extorsão. “O crime tem todas as características de que foi politico”, diz Paulo Gomes, irmão da vítima.
A comoção na cidade, de apenas 20 mil habitantes, fez o prefeito Salon ficar longe do poder a partir de janeiro. Seu candidato, Anísio Sales, que disputou por uma coligação encabeçada pelo PCdoB, perdeu por uma diferença de 254 votos. Para o candidato da terceira via, Yuri Andrade, do PP, o prefeito eleito abriu uma frente de 372 votos. O pleito foi extremamente disputado e realizado sob o império da violência.
Escolhido no lugar da viúva, que estava sendo preparada pela vítima, Pedro fez apenas 20 dias de campanha. Temendo ser morto, gastou muito mais com segurança do que com as despesas convencionais de uma eleição. Incrivelmente, não realizou um só comício, não fez uma única carreata nem tampouco arrastão. “Preferi o porta a porta”, diz ele, que está afastado do município desde o dia da eleição.

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