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Moradores usam bilhetes para denunciar tráfico e omissão da PM em área de chacina

Um dos moradores da Chatuba disse que um PM chega a receber até R$ 15 mil de propina para não reprimir a venda de drogas.
— Ele [policial] recebe de R$ 10 mil a R$ 15 mil para não deixar os militares subirem o morro. Todos os moradores sabem. No domingo [9] mesmo havia vários traficantes de moto com fuzil circulando na comunidade. Isso é um absurdo, mas ninguém pode falar nada senão é morto. Por causa desse esquema, o tráfico permanece lá.
Outro morador também fala de uma área usada como cemitério clandestino.
— Claro que existe. Todos sabem que jogam os corpos lá. Se forem lá, vão ver que existem corpos pendurados em árvores. Dos mais antigos aparecem só os ossos.
Um outro bilhete, também entregue no cemitério, relata supostos abusos por parte de policiais militares que "se aproveitam da situação" para achacar moradores no bairro do Cabral.


Os autores dos bilhetes pediram para não ser identificados. Por medo de represália, eles também não registraram os supostos crimes em delegacias.
O R7 procurou a Polícia Militar do Rio para que a corporação se manifeste sobre as denúncias, mas até a publicação desta reportagem a assessoria de imprensa não havia respondido às perguntas.
Buscas
Desde a terça-feira, a PM, o Bope (Batalhão de Operações Especiais) e fuzileiros navais realizam operação na favela da Chatuba para localizar traficantes que seriam os responsáveis pela morte dos jovens. Eles também buscam um rapaz de 18 anos que está desaparecido desde o fim de semana. Até a noite de terça, 18 suspeitos foram detidos e cinco acampamentos do tráfico localizados.
Os traficantes da comunidade espalharam o terror na região durante o fim de semana. Além dos jovens encontrados mortos com marcas de tiros e tortura às margens da rodovia Presidente Dutra, os assassinatos de um cadete da PM e de um pastor evangélico também entram na conta dos criminosos. Segundo a polícia, o rapaz desaparecido seria testemunha da morte do religioso.

Além das buscas na favela, os PMs fazem varreduras no Parque Natural de Gericinó. Os seis jovens mortos desapareceram na tarde de sábado depois que foram a uma cachoeira do parque vizinha à comunidade. Na favela, será montada uma Companhia Destacada da PM com mais de cem homens.

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