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Dilma é vaiada por prefeitos em reunião em Brasília

Presidente Dilma Rousseff durante 15ª Marcha dos Prefeitos em Brasília nesta terça-feira (15) (Foto: Roberto Stuckert Filho/ Presidência) presidente Dilma Rousseff foi vaiada por prefeitos nesta terça-feira (15) ao comentar a distribuição de royalties do petróleo. Ela participou da abertura da 15ª Marcha dos Prefeitos, em Brasília, que reuniu cerca de 3,5 mil prefeitos na capital.
Ao final do seu discurso, alguns prefeitos pediram da plateia que a presidente comentasse sobre a distribuição dos royalties do petróleo.
Ela respondeu: “Petróleo, vocês não vão gostar do que eu vou dizer. Não acreditem que vocês conseguirão resolver a distribuição de hoje para trás. Lutem pela distribuição de hoje para frente”. Nesse momento, a presidente foi vaiada e encerrou o discurso.
Os royalties são tributos pagos pelas empresas aos estados de onde o petróleo é extraído, como o Rio de Janeiro e o Espírito Santo. A nova proposta já aprovada pelo Senado prevê a diminuição do repasse aos estados produtores e um aumento para os que não produzem o óleo. O projeto está agora na Câmara, onde foi criado um grupo de trabalho para analisar a matéria.
Antes da fala de Dilma, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) – órgão que organiza a Marcha dos Prefeitos – , Paulo Ziulkosky, já havia defendido a distribuição igualitária das receitas do petróleo.
“A imprensa dizendo que os municípios produtores têm direito. Não tem município produtor, nem estado, o que tem é confrontante. O que aquele município fez para ter aquele petróleo? Ninguém está mexendo em contrato. Queremos honrar todos os contratos, o que estamos discutindo é a apropriação do produto do contrato”, declarou.
Enfrentamento federativo
Paulo Ziulkosky fez um discurso duro diante da plateia lotada de prefeitos – mais de 2500 estavam presentes. Ele afirmou que o país precisa fazer um “enfrentamento federativo”. “Nossa federação está incompleta, ainda tem que ser construída. Precisamos ter um novo pacto”, afirmou.
Ziulkosky afirmou que cabe aos prefeitos sanar a “dívida social” que o país tem com sua população. “Essa dívida social cabe a nós basicamente. 75% das metas do milênio, para ser cumpridas, depende das prefeituras”. Apesar disso, declarou, os municípios estão "estrangulados”.
O presidente da CNM manifestou descontentamento com diversos pontos, como os restos a pagar, a criação de pisos salariais, a emenda 29 (que destina recursos à saúde), distribuição dos royalties do petróleo e a política de resíduos sólidos.
Ziulkosky afirmou que tem ocorrido uma “proliferação de pisos” salariais e reclamou em especial dos magistrados. “Nenhum prefeito é contra o piso, mas precisa ser um piso que possamos cumpri-lo”, disse.

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