Últimas notícias

VITIMAS DA CHUVA NO RIO DE JANEIRO


Das 95 pessoas que morreram no estado, segundo a Defesa Civil, 36 estavam no município do Rio e 48 na cidade de Niterói.
“Eu estava dormindo, ao veio sem barulho, levando tudo. Eu saí por um buraco, tentei salvar meu filho e não consegui”. Comunidade Cova da Onça, em Niterói, o motoboy Jonatas Pereira da Silva chora pela morte da mulher e do filho.
A terra desceu de madrugada, soterrou duas casas com seis pessoas e, como a chuva não parou, a todo momento um novo susto.
No meio do resgate, alguns gritos. Parece que é uma situação de emergência. Os bombeiros ficam preocupados. Eles tentam primeiro controlar a terra, diminuir os riscos, antes de iniciar o resgate, um trabalho difícil. “É como se fosse uma piscina com três metro de lama, que pode descer quando os muros forem retirados”, conta um bombeiro.
Os próprios vizinhos ajudam como podem. Mas um dos moradores cobra mais ação: ele acha que é preciso esvaziar as casas que ainda correm risco. “As pessoas não saem. Tentei tirar um monte de gente dali, mas eles não saem”, disse José Cláudio Cabral, parente das vítimas.
Bem perto dali, na comunidade conhecida como Novo México, mais quatro pessoas morreram. Em outro morro de Niterói, o 340, o desespero é de quem perdeu toda a família.
Marco Antônio conseguiu sair de casa, mas não teve tempo de salvar os dois filhos e ainda perdeu os dois sobrinhos, a cunhada e um amigo.
No Morro dos Prazeres, na região central do Rio de Janeiro, dez casas e uma igreja foram destruídas. Numa casa morava uma família com sete pessoas. Bombeiros trabalham para resgatar vítimas ainda vivas.
Tubos de oxigênio foram levados para uma criança de oito anos e um rapaz de 18, que estavam sob os escombros. No fim da tarde, um dos jovens foi resgatado com vida. O outro continua desaparecido.
As buscas foram interrompidas por causa da chuva, que voltou a cair forte. Segundo os bombeiros, pelo menos 14 pessoas morreram. “É muito triste, tentei ajudar, tirei um, mas é difícil. São muitas pessoas soterradas”.
No Rio de Janeiro, foram registradas mortes no Morro dos Macacos, Jacarepaguá, Morro do Borel, do Turano e do Andaraí, Recreio dos Bandeirantes, Humaitá, Cosme Velho e Ilha do Governador.
No Morro do Estado, no Centro de Niterói, pelo menos uma pessoa morreu. A repórter Flávia Januzzi acompanhou o trabalho das equipes de resgate.
Os bombeiros tentavam resgatar duas pessoas que estavam vivas debaixo de uma laje. As equipes de resgate conseguiram falar com a mulher e o filho dela, portador de deficiência, que estavam sentados no sofá e foram amparados por um muro que segurou toda a terra que deslizou.
No bairro do Caramujo, também em Niterói, mais três crianças morreram soterradas. O pai sobreviveu e está hospitalizado. Muitas casas ainda correm perigo, mas nem todos os moradores querem sair.
O pedreiro Roberto e a mulher Jéssica estão entre os que vão embora. A sorte já ajudou uma vez. A lama do deslizamento entrou pelos fundos e quase chegou ao berço de Maria Eduarda. Eles agora estão na casa de parentes. “Consegui salvar minha filha e minha esposa”.
A mãe que estava com o filho, QUE foi retirada da casa. Os vizinhos chegaram a comemorar. Mas o rapaz de 22 anos não resistiu e os bombeiros ainda não conseguiram resgatar o corpo.

Nenhum comentário

Deixe aqui o seu comentário!